Tudo que sou, assim como tudo o que sinto, ficam evidentes nos meus momentos de inspiração que são intensos, dolorosos, reveladores e transformadores. Alguns momentos no dia, me fazem perceber de quantas faces sou feita, de onde partem meus sonhos. Nas minhas reações sobre as situações vividas busco nas palavras que escrevo a minha essência ... o meu eu. Seja lá o que ainda tenho para descobrir, sinto que é POESIA.... (Por Valéria Sales) "Carpe diem quam minimum credula postero"
domingo, 6 de maio de 2012
Porque beijar de olhos fechados?
Considere que todos os dias a vida é cheia de surpresas e emoções e a maioria delas de tantos sentimentos misturados nem sabemos bem o que sentimos. Sempre de olhos abertos, sempre de olhos bem abertos!
Nunca sentimos nada de forma inteira, não se para a fim de sentir tudo e todas as coisas. Não há tempo!
Mas, e o beijo? Porque só o beijo? Somente durante o beijo esquecemos as desconfianças e nos desligamos durante um tempo do exterior?
Acho que tem haver com navios. É como estar em um navio em alto mar e fechar os olhos para sentir as ondas. Se apenas olhássemos para elas apenas estaríamos vendo e isso não se assemelha a sensações. Quando você sente as ondas você faz, por um instante, parte delas, você balança no mesmo sentido delas como um movimento natural e se torna tão leve como se fosse água.
Se o beijo fosse de olhos abertos seria como atravessar a rua: Você olha atentamente onde está chegando e atravessa (ou... beija). Se fosse de olhos abertos você poderia beijar e cozinhar ao mesmo tempo, observando o ponto para que a comida não queime.
Essa permissão de fechar os olhos e não poder fazer mais nada (além de pensar) enquanto se beija, faz do beijo um garoto bem travesso, pois é possível beijar nos lugares mais inusitados sem nem perceber os olhares de inveja, porque o beijo sente apenas a presença de quem beija.
E além de ser ceguinho, o beijo é navio, né? Pois, os apaixonados são embalados pelo ritmo da onda que eles criam e, como se fosse uma dança, bailam no movimento que o desejo ordena. Como uma orquestra, de dois, são guiados por um maestro que aponta lados, jeitos e gostos.
É tanta a sensibilidade durante um beijo que quando o caracterizamos dizemos se foi ou não gostoso, afinal estamos falamos de percepção. A mesma de quando provamos sabores, é um prazer que os olhos não explicam. Tem haver com toque e paladar, puro sentimento.
Acima de tudo o beijo é entrega. Não sentirá os passos das ondas quem não se deixar perceber. Aquele que fecha os olhos e se entrega pausa a vida por alguns segundos dando continuidade a ela.
É preciso anular a pressa para alguma coisa nessa vida, é preciso sentir! Que bom que escolhemos o beijo para nos entregar, que bom que existem navios!
Fechem os olhos!
(Valéria Sales)
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Ai, muito lindooo.. amei!
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