sábado, 26 de julho de 2014

Tais olhos


Você se foi, mas me deixou seus olhos.
Não acredito que olhos aqueçam, mas fiquei quente.
Os olhos que me viram no momento que podia ser invisível.
Os olhos que viram a poesia.
Você me sentiu como um repente:  palavras que ainda podiam ser ditas.
Seus olhos estão comigo, me agoniei para devolver.
Mas, logo, me senti protegida, me acalmei.
Abraçam-me aqueles olhos que me viram ao avesso.
Falam-me os olhos que percebem meus sorrisos.
Toca o meu corpo, alcança minhas sensações, tais olhos que conhecem minha essência.
Os olhos que leram o meu livro, em minhas mãos.
Somente por esses olhos eu sou imortal.
Lentes que percebem além da aparência, alcançam o inalcançável.
Olhos que cheiram, comem, dançam ...
Olhos ao pé da letra: apenas um e outro olho que juntos são dois e visualizam seus próprios cenários.
Apaixonantes!
Álbum de recordações que me emprestou sua própria vida para que eu vivesse.
Suas paisagens são minhas paisagens.
Você me emprestou sua arte.
Fiquei com seus olhos.
Enquanto você foi embora.
E o que foi com você no lugar dos seus olhos?
Se olhos não aquecem e eu continuo fervendo, qual seria a lógica?
Fui mais com você do que você pode perceber.
Somos, eu e você, as cores que somam nós dois.
Colorimos.
Foi, não foi embora.
Deixou, levou olhos.
Enxergou e conquistou o amor.
Devolvo tuas impressões,
Porque dependo das tuas interpretações para sonhar teus sonhos.
Seus olhos em minhas mãos, estou em você.
Nossos sonhos!
Você se foi, mas me deixou seus olhos.

 (Valéria Sales)

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(Valéria Sales)